sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Morte e vida





Aonde está você agora além de aqui, dentro de mim...?
(Renato Russo - Vento no Litoral)


...se envelhecesses a meu lado, cedo perceberias
que nunca fui digno do teu rosto ou da tua ternura.
É isto que penso quando me lembro que partiste.
(José Luís Peixoto)


Hoje é dia de finados. Cabe bem uma reflexão sobre nossa vida e nossa morte. Encarar as perdas é difícil - não só a morte de quem amamos, mas também um abandono, uma separação, uma desistência. Perder - seja o que for - é difícil e dói muito, mas toda perda é necessária para que nos tornemos humanos. E não se preocupem - ela sempre vem - é universal e inexorável.

Além de pessoas, perdemos também outras coisas valiosas - sonhos, ideais, ilusões, expectativas... Não se pode fugir delas. Analise profundamente estas perdas pelas quais você já passou - se não passou, ainda vai passar, esteja certo! - e perceba como ela modelou sua vida... podendo até mesmo ser a semente de um novo recomeço.

A morte não é a maior perda da vida. A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos. 
(Pablo Picasso)

Perder, dói! Não adianta dizer não sofra, não chore; só não podemos ficar parados no tempo chorando nossa dor diante das nossas perdas. 
(Lya Luft)

Não queremos perder, nem deveríamos perder: saúde, pessoas, posição, dignidade ou confiança. Mas perder e ganhar faz parte do nosso processo de humanização. 
(Lya Luft)

Uma pessoa imatura pensa que todas as suas escolhas geram ganhos. Uma pessoa madura sabe que todas as escolhas tem perdas. 
(Augusto Cury)

Amadurecer talvez seja descobrir que sofrer algumas perdas é inevitável, mas que não precisamos nos agarrar à dor para justificar nossa existência. 
(Martha Medeiros)

Mesmo que voes, um dia perderá as asas. Isso mostra o quanto és frágil. Mas, enquanto voas, pode ir aonde queres. Isso mostra o quanto és livre." 
(Kitsune Faherya)



Tudo isso nos faz pensar, mesmo que por instantes, sobre ela, que nos espera, sem hora marcada. Como vamos encará-la? A escolha é individual, só nossa... Enquanto ela não vem, como fazer para esquecê-la?


Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais e até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer
Queria ter aceitado as pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração

O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos, trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos com problemas pequenos
Ter morrido de amor
Queria ter aceitado a vida como ela é
A cada um cabe alegrias e a tristeza que vier

O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos, trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr.
(Titãs - Epitáfio)



Um comentário:

Silvana Haddad disse...

Dalva:

Gostei da forma, como você tratou de um assunto que causa tanta dor e sofrimento.
Foi realista, mas não perdeu a sutileza, nem a delicadeza.
Bom fim-de-semana!!!!
Bjs.:
Sil

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