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Quem foi Rosa de Luxemburgo?
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Esta grande mulher nasceu na Polônia em 5 de março de 1871, de uma família simples de origem judaica. Seu pai era comerciante de madeira.
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Rosa teve uma vida apaixonante. Sua atitude era a da rebeldia que rompia com os moldes tradicionais. Nunca aceitou baixar a cabeça e jamais desistiu de seus ideais. Confiante em sua forte personalidade, entregou suas melhores energias à nobre causa da revolução trabalhista, à classe trabalhadora explorada e oprimida.
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Desde muito jovem envolveu-se em atividades estudantis, lutando contra o sistema repressivo então vigente nos colégios da Polônia. Por causa de sua atitude rebelde, apesar de tirar sempre as melhores notas, nunca foi agraciada com a medalha de ouro destinada aos melhores alunos. Sempre ativa em sua militância socialista, Rosa teve que deixar seu país em 1889 para não ser presa; em Zurique cursou a Universidade de economia, concluindo essa fase de aprendizado com uma tese de doutorado sobre "O Desenvolvimento Industrial na Polônia".
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Em 1894, junto a Leo Jogiches, Rosa de Luxemburgo dedicou-se a um longo período de luta contra a visão nacionalista do Partido Socialista Polonês, assumindo a liderança na criação da Social Democracia do Reino Unido da Polônia.
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Mas foi em 1898, ao se transferir para a Alemanha, que Rosa tornou-se uma personagem com real destaque no cenário socialista europeu. Rosa pregava que o movimento trabalhista não deveria restringir-se à reformas, que não seriam suficientes para abolir as relações capitalistas de produção: era necessário fazer-se a revolução.
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No início de 1900, outro grande momento na militância de Rosa deu-se por ocasião da discussão sobre a organização socialista. Polemizou com Lênin sobre a organização do Partido Social Democrata dos Trabalhadores Russos, criticando ferozmente a sua proposta.
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O pensamento de Rosa Luxemburgo sempre provocou polêmica e até hoje apaixona as gerações de militantes. Seu espírito insubmisso e rebelde era patente em suas aparições nas manifestações juvenis de sua época, sempre contra a dominação capitalista.
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É impossível ficar indiferente a Rosa e sua fibra radical e combativa. Ela continua a ser, ainda hoje, símbolo de rebelião e revolução, fantasmas que se atrevem a subverter “a nova ordem mundial”.
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A memória de Rosa certamente provoca um incômodo insuportável na triste mansidão que hoje domina os meios políticos e os “excessos” do capitalismo.
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Rosa deixou uma farta literatura sobre seu pensamento socialista e ético. Seu dedo acusador gira em 360 graus, apontando não apenas o neoliberalismo que asfixia, mas também o socialismo autoritário.
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“A sua energia impetuosa e sempre no ar aguilhoava os que estavam cansados e abatidos, a sua intrépida audácia e a sua entrega faziam corar os timoratos e medrosos. O espírito atrevido, o coração ardente e a firme vontade da "pequena" Rosa era o motor da rebelião.”
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Imagine o quanto deve ter sido difícil a vida de Rosa.... Era uma simples mulher judia... e mesmo assim participava ativamente na política. Rosa violentou a mediocridade patriarcal de sua época e fez-se uma grande dirigente do socialismo mundial.
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A 15 de Janeiro de 1919 Rosa Luxemburgo e outro militante do partido são capturados em Berlim pelos encolerizados soldados e brutalmente assassinados. O corpo de Rosa, já sem vida, é jogado no rio. O seu cadáver só foi encontrado em maio, cinco meses depois.
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A memória de Rosa continua viva, bem como sua ética revolucionaria e seu exemplo de vida. Diz a lenda que nas águas onde os vis assassinos jogaram seu corpo continuam a aparecer, periodicamente, flores vermelhas...
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Em 1919, Bertolt Brecht escreveu um epitáfio poético em homenagem a Luxemburgo, que recebeu música de Kurt Weill em 1928, sendo renomeado como O Réquiem de Berlim:
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"Aqui jaz
Rosa Luxemburgo,
judia da Polônia,
vanguarda dos operários alemães,
morta por ordem dos opressores.
Oprimidos,
enterrai vossas desavenças!"
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O filme de Margarethe Von Trotta sobre a edificante vida de Rosa de Luxemburgo foi inicialmente começado por Fassbinder, que veio a falecer antes da conclusão do longa, e foi lançado em 1986, com Barbara Sukowa no papel de Rosa. O filme é lindo...
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6 comentários:
Adoro mulheres rebeldes à frente de seu tempo, estas histórias são ótimas! bjinhos da Madrasta!
Sempre ouvi falar de Rosa mas nunca havia lido maiores detalhes da sua biografia. Vou procurar o filme nas locadoras, fiquei curiosa
Dalva, nunca ouvi falar dela, nao poderia imaginar como as palavras dela tinham tanta forca.
Boa semana
Bjao
Aplausos para o 'Feminino Plural'! Os méritos são todos de outra grande mulher!;)
Beijos, amiga!
Jr
linda estrela..
como se faz importante conhecermos mulheres assim, sabia pouco dela, vc nos elucida com suas postagens sempre inteligentes e bem elaboradas.
parabéns.
bjuivos no seu coração.
São mulheres assim, que me dão orgulho de ser mulher, coragem e esperança para fazer a diferença no mundo!
Milhões de beijos
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