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Quem foi Anita Garibaldi?
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Ela nasceu em 30 de agosto de 1821, na cidade de Morrinhos, em Laguna. Chamava-se Ana Maria de Jesus Ribeiro, filha de Bento Ribeiro da Silva e de Maria Antônia de Jesus Antunes.
Dois municípios de Santa Catarina disputam ser o berço desta mulher, conhecida pelo título de “Heroína dos Dois Mundos” e considerada, até hoje, uma das mulheres mais fortes de corajosas da sua época. São eles os municípios de Lages e de Laguna, que chegaram a promover uma ação judicial para obter o registro de nascimento tardio de Anita. Mas em dezembro de 1998 a Primeira Vara da Comarca de Laguna proferiu definitivamente que Laguna foi mesmo o berço de Anita.
Os pais de Anita eram imigrantes portugueses vindo dos Açores no século XVIII. Seu pai, Bento, era comerciante em Lages e casou-se com Maria Antônia. O casal teve seis filhos. Apesar de serem pobres, Anita teve uma boa educação, e após a morte do pai, teve que ajudar a família em seu sustento e, por insistência da mãe, casou-se aos quatorze anos de idade, em 1835, com Manuel Duarte de Aguiar, que depois de três anos de casamento alistou-se no Exercito Imperial e deixou Anita sozinha.
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Neste tempo acontecia no sul do país a Revolução Farroupilha, um dos movimentos mais expressivos da história do Brasil: os gaúchos, descontentes com o sistema político imperial ansiavam pela independência, liderados por Bento Gonçalves.
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E foi neste cenário revolucionário, onde os sentimentos nacionalistas estavam à flor da pele, que Anita conhece o homem que mudaria sua vida: Giuseppe Garibaldi, revolucionário italiano que se uniu aos gaúchos. A jovem Anita, já com 18 anos, abandona sua vida pacata e foge com Garibaldi, com quem passaria o resto de sua vida.
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Giuseppe Garibaldi
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Anita aprendeu a manusear espadas e armas de fogo. Em pouco tempo, apaixonaram-se, e a paixão e os riscos da guerra se tornaram rotina em sua vida.
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Giuseppe e Anita
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Ao lado dele lutou diversas batalhas, sendo feita prisioneira e tendo que fugir diversas vezes. Em 1840, grávida de quatro meses, andou sem destino por oito dias, para reencontrar seu marido, montada em um cavalo e atravessando a nado o rio Pelotas. Enfim, encontrou-se com Giuseppe em Vacaria. Seu primeiro filho, chamado Menotti Garibaldi, com poucos dias de nascido, foi companheiro de fuga de Anita, no dorso de um cavalo que ela guiava com o filho nos braços. Nesta ocasião Anita ficou deitada no bosque até ser encontrada pelo marido, quatro dias depois.
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Em 1841 a situação tornou-se insustentável e Garibaldi solicitou e obteve do general Bento Gonçalves a permissão para deixar o exército republicano: Anita, Giuseppe e Menotti transferiram-se para Montevidéu, no Uruguai, onde permaneceram por sete anos.
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.Garibaldi e Anita, ferida, fogem de San Marino, 1849 (quadro de anônimo, século XIX)
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Em 1842 casaram-se oficialmente, regulamentando sua união, na paróquia de San Bernardino. No Uruguai nasceram os outros três filhos do casal: Rosa (1843), Teresa (1845) e Ricciotti Garibaldi (1847).Nesta época os dois vivem uma vida mais pacífica: Giuseppe lecionada Matemárica, História e Caligrafia e Anita ajuda no orçamento doméstico costurando para fora. Rosa a segunda filha do casal, faleceu aos dois anos de idade, vítima de difteria.
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Neste período Giuseppe foi designado general do exército uruguaio para lutar na guerra de independência do país, conseguindo muito sucesso nas diversas batalhas nas quais lutou.
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Anita tornou-se enfermeira, mas em 1847 precisou mais uma vez empreender uma fuga. Desta vez com os filhos. Mudou-se, então, para a Itália e foi-se juntar à mãe de Giuseppe em Nice, na França. Garibaldi só se reuniria a eles alguns meses depois. O espírito revolucionário dos dois não permitiu que observassem passivos ao clima político que se instalava na Europa da época. Envolveram-se nas guerras da República Romana, em 1849.
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Anita, grávida de seis meses, acompanha o marido no que seria a ultima empreitada de sua vida. Vestida de homem, fazendo longas cavalgadas noturnas e com uma alimentação inadequada e exposta às agruras do clima, ela adoece, mas não esmorece. Só a morte dela e de seu bebê foram capazes de dar um freio em sua audácia, aos 4 de agosto de 1849.
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Giuseppe, que estava sendo caçado pelos austríacos não pôde sequer acompanhar o entrerro da esposa. Por mais dez anos viveu no exílio, desta vez sozinho, sem o amor de sua vida. Os restos mortais de Anita foram exumados 7 vezes, e por vontade de seu marido foram transportados para Nice. Em 1932 seu corpo foi, ginalmente sepultado no monumento construído em sua homenagem no Janículo, em Roma.
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Monumento em homenagem a Anita, no Janículo em Roma
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Giuseppe sofreu muito com a morte do amor de sua vida, de sua companheira de batalha, bem como todo povo italiano e uruguaio, os farroupilhas brasileiros, os liberais e republicanos do mundo inteiro, que tanto amaram a Heroína dos Dois Mundos
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O legado de Anita Garibaldi faz juz à sua coragem. Foi uma mulher de fibra num período no qual todas as mulheres deviam ser obedientes e acanhadas.Considerada pelo povo brasileiro e italiano como exemplo de dedicação e coragem, Anita foi homenageada pelos brasileiros com a designação de dois municípios, ambos no estado de Santa Catarina: Anita Garibaldi e Anitápolis. Muitas cidades brasileira possuem ruas com seu nome.
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Estátua de Anita Garibaldi, em Belo Horizonte.
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Um comentário:
Dalva, ela sempre foi minha heroína desde os meus tempos do ginásio quando estudamos a vida deles. Na mesma hora me tornei fa dela.
Ótima escolha.
Um abraco
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