quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

De desejos somos



A vida, sem nome, sem memória, estava sozinha. Tinha mãos, mas não tinha em quem tocar. Tinha boca, mas não tinha com quem falar. A vida era uma, e sendo uma era nenhuma.
Então o desejo disparou sua flecha. E a flecha do desejo partiu a vida pela metade, e a vida tornou-se duas.
As duas metades se encontraram e riram. Ao se ver, riam; e ao se tocar, também.

Eduardo Galeano
em “Espelhos


2 comentários:

Tucha disse...

Aproveitar os momento onde a paixão e amor nos tocam e cultivá-los com carinho para que a chama seja eterna.

Sylvio Mário Bazote disse...

Oi Dalva.
Não sei onde você encontra tantas imagens, poemas e textos tão bonitos, mas é um prazer e privilégio usufruir de seus momentos infinitos!
Abraço

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