Tem início uma nova guerra. Travada em território que ora se expande, ora se comprime. Num peito angustiado que guarda em si algo que lá dentro não consegue mais ficar. Que a cada pulsar emite mensagens dúbias e conflitantes para si mesmo e para os outros. Pois o que guarda em si logo, logo vai romper. Debate-se lá dentro, como uma fera, rosnando, raspando as patas no coração e fazendo soar na cabeça uma sinfonia dissonante, atordoante. Uma represa que, em vã tentativa de destensionar, inspira e respira 543 vezes por minuto. Puro arquejo contido, tal e qual uma intumescência, a supurar a vida latente que não jorra, mas dói.
Dalva Nascimento
Crédito da imagem: Fotografia de Lucy Nuzum
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Com base no trabalho disponível em http://infinitoparticulardalva.blogspot.com.br/.
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