sábado, 2 de novembro de 2013

Paladares



Hoje em dia prefiro evitar pessoas muito comedidas. Pessoas que não olham nos meus olhos, ou com sorrisos amarelos e apertos de mãos frouxos: detesto-as. Não acho legal mudar de assunto nas conversas. Menos ainda não assumir uma posição clara quanto a uma ideia ou um ideal. Conversa mole, então, me exaspera. Livrai-me, meu Deus, de gente que dissimula.
Foi o passar dos anos que me fez assim.
Não aprecio pratos com sabores insossos. Prefiro sabores exóticos, bem temperados, que me obrigam a sentir, saborear intensamente. Não quero mais os vinhos docinhos. Prefiro os rascantes, de sabor bem forte.
Por favor, não me venham torcer o nariz às refeições. Nem dizer que estão "satisfeitos" ou "cheios" depois de algumas poucas garfadas. Comam, saboreiem, saciem-se, apreciem a diferença de gosto, apurem o paladar! Acaso não percebem que a vida está passando?!?

Dalva Nascimento


Crédito da Imagem: daqui

Licença Creative Commons
Este trabalho foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em http://infinitoparticulardalva.blogspot.com.br/.



Um comentário:

Sylvio Mário Bazote disse...

Concordo com você Dalva!
A vida é algo muito intenso para passar por ela em banho-maria! Lembrando que ter opinião e atitude não significa agressividade ou desrespeito, assim como sinceridade não é sinônimo de grosseria.

Não sei se existe vida após a morte, mas com certeza não existe vida durante a vida para algumas pessoas que conheço, que vivem de forma automática, sem se permitir grandes emoções ou mudanças de rumos. Não se deve tentar viver anestesiado para os dissabores cotidianos, pois se corre o risco de tornar-se também insensível para as pequenas alegrias. Deixemos vivas nossas emoções e percepções...

Devemos nos permitir alguns pequenos pecados agradáveis e acreditar em singelos milagres, colocando um pouco de magia nos nossos dias.

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