Tirava os quadros da parede. Voltava a pendurá-los. Olhava. Mas quem lhe diz que visse.
Repetia a mesma faixa do disco. Escutava. Mas quem lhe diz que ouvisse.
Queria chegar a uma conclusão, isto podemos afirmar sem dúvida. Mas quem lhe diz que houvesse.
E quem lhe diz que fizesse diferença haver ou não haver.
E quem lhe diz que todo o caminho não fosse exatamente não chegar.
Ninguém lhe diz. De fato, ninguém lhe diz.
Toda a vida tentara entender a vida, vivê-la como ideia que pudesse pensar.
Só agora percebia que a vida era outra realidade.
Uma brisa inesperada na face.
Uma areia encravada sob a pálpebra.
Nada que alguma vez tivesse pensado.
Esta lágrima. Este choro que arranha e lava.
Jorge Roque
Um comentário:
Se bem entendi, creio vir a propósito dizer:
_ A vida é dual, e de entre os seus paradoxais pólos cabe tudo e nada, por si só o que a vida é e o que deixa de ser, aquém e além do objectivo entendimento da mesma!
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