E eis que sinto que em breve nos separaremos.
Minha verdade espantada é que eu sempre
estive só de ti e não sabia. Agora sei: sou só.
Eu e minha liberdade que não sei usar.
Grande responsabilidade da solidão.
Quanto a mim assumo minha solidão.
Que às vezes se extasia como diante de fogos de artifício.
Sou só e tenho que viver uma certa glória íntima
que na solidão pode se tornar dor.
E a dor, silêncio.
Guardo o seu nome em segredo.
Preciso de segredos para viver.
Clarice Lispector
Crédito da imagem: poster by Rafael Duarte
45 x 30 cm
Papel matte
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