Cruzou madrugadas em claro, flutuando no sofá da sala, até decidir que ficaria lá para sempre. Quem sabe, um dia, ela se lembraria de que fizera alguém chorar um oceano? Por isso, quando as primeiras ondas de luz da primavera molharam o chão, resistiu, agarrando-se às almofadas e, nelas, à pena que sentia de si mesmo. O sol não se fez de rogado e, em fúria, o arrancou de casa. Então, na fila da padaria, conheceu Camila. Sorriu para si mesmo. E lembrou das palavras do avô, velho pescador de histórias: O mar tira. Mas o mar devolve.
Leonardo Sakamoto
Um comentário:
Muito lindo! A lei da vida! Belo texto! beijos,chica
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