quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Deixar fluir


 

No anoitecer de fim de ano, entre Vênus e eu, havia uma aranha dançando no espaço.
A cada forte vento que soprava, a piedosa aranha balançava loucamente com sua teia invisível entre as cordas do meu varal.
Se fosse humana talvez ela pensasse "que porra de vento, não me deixa trabalhar, não me deixa descansar, não me deixa isso, não me deixa aquilo".
Mas ela não lutava contra o vento...ela se deixava balançar com tudo, e eu sabia que ela poderia ficar ali , noites, dias, ... sei lá, balançando verticalmente e horizontalmente enquanto houvesse vento.
É o velho "deixar fluir".
A aranha estava em "casa" mesmo, com vento ou sem vento, com fim de ano ou sem fim, com Vênus ou sem Vênus, com varal ou sem varal...não importa. Só o balanço do aqui e agora...

 Lord Ferrin Absinto





Crédito da Imagem: fotografia de Jaroslaw Datta



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