A lua de neon denunciava as sombras de seus olhos.
Não, não era modismo da milagrosa cosmética, era dor de fato. Lançou-se na penumbra da noite certa de que outros olhos solitários iguais aos seus poderiam estar ali à procura.
A chuva instigava o calor humano e os bares estavam cheios, cada qual buscava usufruir da melhor forma aquela noite chuvosa de sábado. Havia também como é natural, embora reservadamente, rostos que ansiavam por serem correspondidos.
Na rua, poças d' águas refletiam estilhaços de luzes coloridas,
e lá dentro, a meia luz uma voz rouca cantava um blues.
Na pista de dança a música envolvia os casais em sua magia e, olhos que se conheceram ali, iam aos poucos buscando afinidades e revelando suas carências.
Fernando Maioni
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