Eis que nada somos, na poeira da vaidade, que nos consome, deitam-se febrís os pensamentos. De uma partida, entre tantas promessas de vida, das coisas infindas que agora rega um choro. Não buscaste então a saudade em horas iniciais? Deixaste de amargurar os teus em longas noites que não dormistes, mas fora pouco trazido pelo tempo a consolar-te. Não fecha mais teus olhos pra dizer dos que se foram... abre teu peito à razão de não ficares só, que estão a velar por ti as boas lembranças, daqueles que abraçastes até a exaustão na caminhada. Eis então que também somos pó, que somos nós os grãos a se juntar para sermos tão somente areia, que o vento leva, que o mesmo vento reúne.
Amaral Rebêlo da Cruz
Crédito da imagem: fotografia de Joel Sartore, National Geographic
Nenhum comentário:
Postar um comentário