A verdade é que eu nunca acreditei nos diários íntimos. Penso que em muito poucas ocasiões alguém consegue tocar de leve o próprio âmago, em instantes que podem ser maravilhosos ou assustadores. Mas isso talvez ocorra três ou quatro vezes ao longo de uma existência. De modo que não é questão de simular que a pessoa alcança diariamente essa profundidade, quando, no melhor dos casos, mal chega ao primeiro subsolo.
Mario Benedetti
em "A Borra do Café"Mario Benedetti
Fotografia do escritor Mario Benedetti, de Consuelo Bautista
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