sábado, 15 de dezembro de 2018

Não chegamos a ser



Trago, em algum lugar dentro de mim, a certeza de que nos encontraremos de novo. Isto está muito claro prá mim. Vamos nos encontrar nos mesmos lugares onde estivemos. Vamos rever pessoas, paisagens, sentir de novo o gosto do café expresso, da água de coco. Além de reviver tudo, vamos recuperar o tempo que passamos separados. Sim, pois tudo foi aprendizado. Já não erraremos mais do mesmo modo. Não cometeremos as mesmas faltas, não padeceremos das mesmas solidões e nem nos imputaremos as mesmas indelicadezas. Este tempo de agora nos fortalecerá... é como um caminho de exílio, no qual amadurecemos. Por enquanto limito-me a fechar os olhos e pensar em você. Mas aqui dentro, em algum lugar que só enxergo de olhos fechados, sei que nos encontraremos de novo.

(Sabe aquele banco lá no parque? Aquele, que um dia vimos um casal de velhinhos sentados, de mãos dadas? Lembra o que você disse? “Somos nós, daqui a mais alguns anos...” )

Não chegamos a ser. Mas o banco ainda está lá, e eu passo por ele todos os dias.


Dalva Nascimento



Hoje seria seu aniversário de 59 anos.

Tem festa no Céu.


2 comentários:

Victor Barão disse...

Uma publicação muito sensível e sentida, além de conclusivamente muito bela e emocional...

Feliz Natal e na medida do possível, excelente Novo Ano de 2019

VB

Dalva Nascimento disse...

Carisisimo Victor Barão,

Seu carinho com o Infinito Particular e o Interlúdio é uma grande demonstração de amizade. Que 2019 possa nos manter unidos através da prosa e da poesia como tem sido já há algum tempo...

Grande abraço!

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