Numa de minhas pinturas favoritas esta reflexão está intrínseca... "O Amor Vence Tudo, Mas o Tempo Vence o Amor".
Cronos corta as asas do Cupido de Pierre Mignard, 1610 a 1695.
Para Cronos (deus grego e pai do Tempo na Renascença), Mignard o pintou musculoso e barbudo, com a foice e a ampulheta a seus pés. Segura fortemente Cupido, cujas flechas caíram no chão, o que simboliza que foi derrotado, e corta suas asas para que ele não voe alto demais.
E essa pintura simboliza que o Tempo vence o Amor. Mas, se você olhar, o Tempo não está superando o Amor. Se percebemos, Cronos segura o Amor como se fosse uma criança malcriada que recebe um corretivo, as flechas não estão jogadas no chão ou quebradas. Estão armazenadas em sua aljava e cuidadosamente recarregadas. Cronos corta as asas de Cupido para que ele ponha os pés no chão, o que é uma metáfora do uso da razão, o que significa que ele não está derrotando o amor, ele simplesmente se torna um amor realista, ... um amor que tem asas, mas não perde o chão.
O correto aqui seria interpretar que o Tempo transforma o Amor e o torna mais concentrado, mais maduro.
Podemos
vê-lo nos casais que já depois de muitos anos juntos descobrem o que
está depois do estresse positivo e da idealização do outro, que é a
aceitação do outro tal como é, um Amor que não estiliza o casal para
amar o outro, mas que mesmo depois que descobre as partes mais obscuras do seu parceiro ainda assim aprende a amá-las também e, portanto, ama com a razão (não só com o coração).
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