Vivemos uma vida normal, verdadeira, e no entanto – e por isso – temos aspirações. Terráqueos, conseguimos às vezes chegar tão longe como os deuses. Alguns elevam-se com a arte, outros com a religião; a maioria com o amor. Mas quanto subimos também podemos despencar-nos. Há poucas aterragens suaves. Podemos dar conosco aos saltos pelo chão, com uma força capaz de partir pernas, arrastados para uma qualquer via férrea estrangeira. Todas as histórias de amor são potenciais histórias de dor. Se não no princípio, depois. Se não para um, para o outro. Às vezes para ambos. Então por que aspiramos continuamente a amar? Porque o amor é o ponto onde se encontram a verdade e a magia.
Julian Barnes in "Os Níveis da Vida"
Fotografia: Greta Thunberg, 2021
Marcus Ohlsson

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