quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Philip Glass


"Não seria a música uma língua perdida, da qual esquecemos o sentido e conservamos apenas a harmonia?"


A música minimalista de Philip Glass

Era uma noite como todas as outras... o homem chegou em casa depois de um dia cansativo de trabalho, sentou-se em sua poltrona preferida e colocou na vitrola um de seus discos preferidos. Seu filho pequeno dormia no quarto no andar de cima e acordou com o som da música. Ficou encantado... e, pé-ante-pé, foi-se esgueirando pelo corredor, sentou-se no primeiro degrau da escada, de onde podia avistar seu pai na sala e ouvir melhor a música que o seduzia. O pai, pelo canto do olho, avistou o filho. E os dois ficaram assim: quietos, partilhando aquele momento mágico, aquela melodia que inundava a casa com seus doces acordes. Pai e filho sabiam, em segredo, que aquele era um momento especialmente íntimo como jamais teriam outro igual. Cada um em seu canto ouviram juntos a música.

Neste instante o coração do menino já sabia: sua alma tinha sido atingida de uma vez para sempre pela música... Este menino é Philip Glass, nascido em Baltimore, Maryland, em 31 de janeiro de 1937.


Ele nasceu com o dom da música, e se tornou pai de um estilo musical – o minimalismo. Sua música o consagrou como um dos mais reverenciados compositores contemporâneos.

Quando jovem, assistiu sua primeira ópera em Nova York. Nesta época estudava no conceituado Institudo de Música "The Julliard School". Formou-se na Universidade de Chicago e mudou-se para a Europa, onde conheceu o músico indiano Ravi Shankar, com quem fez uma parceria que originou uma de suas mais lindas obras - Morning Passages



Ao retornar a Nova York, trazia a bagagem cheia de influências de novos estilos musicais. Criou então a "Philip Glass Ensemble" - um grupo musical que se distinguia pela variedade de instrumentos suas inusitadas interferências musicais.

Em 1976 compôs sua primeira ópera - Einstein on The Beach. A peça, com cinco horas de duração, foi apresentada no Festival d’Avignon na França, executada e escrita por Philip Glass e dirigida pelo produtor teatral Robert Wilson. Foi um marco na sua carreira.

Toda essa novidade incomodou aos mais tradicionais, que não se acostumaram com seu estilo alternativo. Philip Glass apresentava um novo conceito que influenciaria uma geração no cenário musical.



Suas composições variam entre óperas, sinfonias, concertos e trilhas sonoras para filmes.

Num estilo sofisticado e elegante, Philip Glass continua inovando em seu trabalho. Sua música transborda sentimento e impressiona pela intensidade de emoção. É indiscritível o que nos faz pensar, sentir e dizer... Ele é como se fosse um poeta que, com notas musicais, escreve livre e solto, na simplicidade de sua melodia que, ao mesmo tempo, se revela de uma complexidade infinita.

The Hours



Não é qualquer compositor que consegue conquistar reconhecimento em público tão variado. Sua música é apreciada por todos, pois ela é sentida... vem de dentro do compositor, e grita para ser moldada, lapidada por quem a ouve. Você a sente pulsar dentro de si e percebe sua harmonia pelas cordas, pelas teclas... você parece estar completamente mergulhado na música...

Incontestavelmente Philip Glass é um grande compositor.


"Depois do silêncio, o que mais se aproxima de expressar o inexprimível é a música."
Aldous Huxley

Facades



Visite o website do compositor aqui



3 comentários:

Lilá(s) disse...

Aprendi e adorei ler.
Bjs

Tucha disse...

Há pessoas que são assim, música em forma de gente, toda harmonia e extase.

Eduardo disse...

Só para ilustrar, ele fez uma trilha sonora para um espetáculo 6 ou 7 peças para um ballet do Grupo Corpo gravado pelo Uakti(1994) em 1999 foi lançado em cd com o nome Águas da Amazônia que eu recomendo.
Ah! Gostei do seu espaço, já estou seguindo e recomendando no meu blog. Parabéns e um abraço!

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