quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Who wants to live forever?


Hoje, dia 02 de novembro, é o dia de finados. A morte é o fim da vida... desta vida.

Ninguém vive para sempre. Cada ser vivo tem um tempo, uma esperança de vida: o cachorro vive em média, 10/15 anos, a tartaruga vive mais de l00 anos, alguns insetos vivem semanas, apenas.

Mas, e o ser humano, quanto tempo deve viver? A resposta mais simples deve ser: até quando o nosso corpo permitir. Ou seria “até quando nossa mente estiver sã”...? Devemos viver 60, 70, 80, 100 anos? O certo é que vivemos cada vez mais, graças aos avanços da medicina.

Ouvi uma vez uma história sobre um comandante que, durante a batalha, exortava seus soldados a avançarem para a frente de combate, dizendo-lhes: “Vamos, o que se passa com vocês? Querem viver para sempre?”

Passamos a vida vivendo como se nunca fossemos morrer...
Dificilmente conseguimos enxergar a vida como um aprendizado e a morte como parte natural da vida. Os povos orientais encaram a morte de forma diferente. Os guerreiros samurais, por exemplo. Para eles morrer em combate era uma honra – morrer no auge da vida, evitando o triste espetáculo da humilhação da velhice.

É comum vermos em nossas praças os velhos sentados, jogando cartas, olhando o tempo passar... Eles enchem os ônibus e partem em excursões. Mas não se pode negar: assistem, lúcidos, à degeneração de seu corpo e sua mente. Seu assunto preferido é o passado, pois já não conseguem viver o presente e têm poucas expectativas quanto ao futuro. Existem idosos hoje que procuram ocupar o seu tempo. Arrumam tanta coisa para fazer, tanta coisa para aprender que o tempo é pouco... Outros acham que já sabem tudo e passam a vida falando das mesmas coisas, sempre.

No cena final do filme “ A Espera de Um Milagre”, de Stephen King, um personagem condenado a viver para sempre diz:


“Eu vivi para ver coisas incríveis. Um outro século passando, mas eu tive que ver meus entes queridos morrerem através dos anos [...], minha mulher, meu filho, e você vai morrer também. É minha maldição [...] Você vai como todos os outros, e eu tenho que ficar. E eu vou morrer um dia, disso eu tenho certeza, eu não tenho ilusões de imortalidade, mas eu queria a morte muito antes da morte me pegar, na verdade, eu a queria JÁ. Eu deito todas as noites na cama pensando nisso [...], eu penso em todas as pessoas que amei e se foram [...]. Todos nós morremos, não há exceções, mas meu Deus, mas as vezes a milha verde parece tão longa”

E você... quer viver para sempre?



Who wants to live forever?
There's no time for us
There's no place for us
What is this thing that builds our dreams yet slips away
From us
Who wants to live forever
Who wants to live forever?
Theres' no chance for us
It's all decided for us
This world has only one sweet moment set aside for us
Who wants to live forever
Who wants to live forever?
Who dares to love forever?
When love must die
But touch my tears with your lips
Touch my world with your fingertips
And we can have forever
And we can love forever
Forever is our today
Who wants to live forever
Who wants to live forever?
Forever is our today
Who waits forever anyway?

(The Queen)


APRENDIZADO

Estou aprendendo a enterrar amigos,
corpos conhecidos, e começo as lições
de enterrar alguns tipos de esperança.
Ainda hoje
sepultei um braço e um desejo de vingança.
Ontem, fui mais fundo:
sepultei a tíbia esquerda
e apaguei três nomes da lembrança.

Affonso Romano de Sant’Anna — Epitáfio para o Século XX e Outros Poemas



3 comentários:

Tucha disse...

Fiquei comovida com o seu texto, em finados cabe sempre uma reflexão sobre o sentido de viver. Não quero viver para sempre e espero bem viver o tempo que me resta.

Bizóica Arte em EVA disse...

Acredito que todos vivemos para sempre de um certo modo, pois a nossa essência, essa não morre nunca.... Amo visitar seu blog.

Lilá(s) disse...

Bom post, gostei!
Bjs

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