segunda-feira, 9 de abril de 2012

Mulheres que fizeram história - Seraphine de Senlis


Seraphine Louis, nasceu numa pequena localidade da França, chamada Arsy no ano de 1864. De família humilde, jamais teve aulas de pintura, e nunca participou do meio cultural de sua época, mas tinha uma paixão secreta: sem que ninguém suspeitasse, ela pintava. 
Seraphine perdeu seus pais aos seis anos, quando foi viver com uma irmã mais velha.  Trabalhou como pastora, e em 1881 foi trabalhar como empregada no Convento das Irmãs da Providencia en Clermont, ofício que desempenhou até 1901.


A partir daí começou a trabalhar como doméstica nas casas de Senlis. Sua arte tornou-se conhecida graças a uma feliz coincidência. Um crítico de arte e colecionador  chamado Wilhem Uhde, responsável pela descoberta de Rousseau, alugou um quarto numa das casas em que Seraphine trabalhava. Ficou encantado com o seu trabalho e ao mesmo tempo espantado, ao saber que foi feito por uma simples empregada doméstica. Uhde encorajou Setaphine a fazer a opção pela pintura.
São palavras dele em 1948:
“Séraphine, com os elementos mais modestos, algumas flores, folhas, árvores, a água que corre, criou, com meios audaciosos fruto da sua conquista pessoal, uma obra grandiosa".
Seraphine começou a pintar cumprindo uma ordem de seu Anjo da Guarda e da Virgem Maria... assim contava a artista a todos que lhe perguntavam de onde vinha sua inspiração e seu talento. Sua obra versa principalmente sobre motivos vegetais: flores, folhas e frutos. Como os grandes pintores, seu trabalho foi marcado por grande evolução. A princípio pequenas naturezas mortas como buques de flores em vasos se transformam até atingirem telas de grandes formatos, onde uma multiplicidade de flores parece ganhar vida. A grande abstração de cores e formas resulta uma intensa tempestade de folhas, animadas por seu êxtase interior, resultado de seu grande grau de contemplação e cumplicidade com a natureza. Aqueles que a conheciam, diziam:
“quando saía do isolamento do seu quarto, ia falar e abraçar as arvores e as flores.”
Sua pobreza não cerceou sua criatividade, menos ainda a diversidade de sua obra. A própria pintora fabricava suas tintas e muitas vezes suas próprias telas... o castanho de sua obra muitas vezes são a própria terra; o vermelho, o sangue de animais e às vezes o seu próprio. Tudo misturado com cera que conseguia das velas da igreja.
Infelizmente a carreira da pintora foi muito curta. Em 1930, depois de apenas 3 exposições, Uhde parou de comprar os quadros de Seraphine em consequencia da Grande Depressão. Seraphine foi dominada pela loucura, sendo internada numa clínica psiquiátrica, onde morreu sozinha e sem amigos em 1942.
Toda a sua obra foi qualificada como Arte Naif da primeira metade do séc. XX, marcada pela coexistência do impulso para a renovação e da nostalgia das primeiras manifestações artísticas da humanidade.



Um comentário:

Lilá(s) disse...

Querida amiga, fico feliz com o seu regresso, mesmo que seja aos poucos, FORÇA
Um grande beijinho

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