Uns guiam-se por sinos de igrejas. Outros por sirenes de fábricas. Há ainda aqueles que se ajustam pelo apito do trem - saudosos de um tempo em que trem não atrasava.
Eu não. Todos os dias, religiosamente às 17 h, um gato alaranjado de olhos claros cruza o telhado que dá de frente para a minha janela no escritório. Sempre impecável, segue em frente, nunca desviando o olhar - nem para meus estúpidos gracejos.
Daí o sol se põe e não o vejo voltar. Não, boa coisa não deve fazer...
Talvez visite a gata malhada da vizinha e fique por lá, sem o consentimento do dono da casa. Ou encontre os amigos em algum beco e esqueça da vida. Ele também pode, simplesmente, atravessar a noite, flanando pela cidade, do alto... Me dá uma certa paz vê-lo passar. Não pela insuportável certeza da rotina. Mas pela sensação de que a liberdade, em seu estado mais puro, está a uma janela de distância.
Crédito da Imagem: Um gato na janela. Natal-RN. Foto de Sandro Fortunato
5 comentários:
Que belo!! Que delícia de se ler.
Abraços
Adorável postagem, Dalva.
Esses felinos sabem mesmo o que é a liberdade, e a vivem com tanta elegância.
Um abraço!
Adorei a sensação de liberdade transmitida pelo texto.
Bjs.:
Sil
A contemplação nos faz participes da vida, virer é olhar e sentir.
*É ... o gato é o símbolo da
LIBERDADE !!! Meu pai falava :
- Gato não se apega a ninguém !
Ele gosta é da casa, não , do dono
da casa !
*Dalva, vim aqui para te
desejar um 2013 com saúde e
tranquílidade ao lado de todos os
seus e para te agradecer pela sua
amizade para com a minha pessoa
aqui nesta linda blogosfera !
Que Deus continue caminhando
ao teu lado e te protegendo sempre
!!! :))
*Ótimo 2013 !!! :))
*Um abraço.
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