quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Fim de tarde na janela




Uns guiam-se por sinos de igrejas. Outros por sirenes de fábricas. Há ainda aqueles que se ajustam pelo apito do trem - saudosos de um tempo em que trem não atrasava. 
Eu não. Todos os dias, religiosamente às 17 h, um gato alaranjado de olhos claros cruza o telhado que dá de frente para a minha janela no escritório. Sempre impecável, segue em frente, nunca desviando o olhar - nem para meus estúpidos gracejos. 
Daí o sol se põe e não o vejo voltar. Não, boa coisa não deve fazer... 
Talvez visite a gata malhada da vizinha e fique por lá, sem o consentimento do dono da casa. Ou encontre os amigos em algum beco e esqueça da vida. Ele também pode, simplesmente, atravessar a noite, flanando pela cidade, do alto... Me dá uma certa paz vê-lo passar. Não pela insuportável certeza da rotina. Mas pela sensação de que a liberdade, em seu estado mais puro, está a uma janela de distância.



Crédito da Imagem: Um gato na janela. Natal-RN. Foto de Sandro Fortunato


5 comentários:

Penélope disse...

Que belo!! Que delícia de se ler.
Abraços

Anônimo disse...

Adorável postagem, Dalva.

Esses felinos sabem mesmo o que é a liberdade, e a vivem com tanta elegância.

Um abraço!

Silvana Haddad disse...

Adorei a sensação de liberdade transmitida pelo texto.
Bjs.:
Sil

Tucha disse...

A contemplação nos faz participes da vida, virer é olhar e sentir.

* Edméia * disse...


*É ... o gato é o símbolo da

LIBERDADE !!! Meu pai falava :

- Gato não se apega a ninguém !

Ele gosta é da casa, não , do dono

da casa !

*Dalva, vim aqui para te

desejar um 2013 com saúde e

tranquílidade ao lado de todos os

seus e para te agradecer pela sua

amizade para com a minha pessoa

aqui nesta linda blogosfera !

Que Deus continue caminhando

ao teu lado e te protegendo sempre

!!! :))

*Ótimo 2013 !!! :))

*Um abraço.

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