segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Que nem água com açúcar




Vó curava os dias tristes com bolinhos de chuva e esticava as manhãs leves com broas de milho. 
Cair da bicicleta dava em galinhada; perder um dente, em sorvete de nata. 
E para dor de saudade, vó? Ela sabia que, para isso, não havia receita, 
pois durante anos tentara cozinhar a perda do vô. 
E jogou o soluçar do neto no ombro, tirando o amargo de sua boca e enganando o vazio.



2 comentários:

Anônimo disse...

Que linda postagem, Dalva.

Vó tem o amor de mãe revisitado e ampliado, por isso tem tanto encanto e cura para todos os males...

Ótima semana para você!

Silvana Haddad disse...

Que texto maravilhoso e cheio de doçura.
Adorei ler.
Bjs.:
Sil

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