Ele sabia ler a chuva. E escrevia pela enxada.
Sua tristeza eram as mãos, feridas pela necessidade. Por nunca ter segurado um lápis, fez o impossível para seu menino.
Na hora da foto de formatura, plantou fundo as mãos nos bolsos da calça surrada, com medo de envergonhar o filho doutor. Com carinho, o rapaz as colheu, abriu feito palma de flor e desferiu longo beijo.
Desde então, Emanuel sorri quando olha para elas.
Leonardo Sakamoto
Crédito da imagem: Doris Ulmann
2 comentários:
Oi Dalva!
Que maravilha de exemplo a ser seguido por todos os filhos... onde os pais, fazem o possível e o impossível para ver estes com um diploma nas mãos.
Abraços e ate mais.
Um texto fantástico, sensível e super delicado.
Bom fim-de-semana.
Bjs.:
Sil
http://meusdevaneiosescritos.blogspot.com.br/
Postar um comentário