Tem dor que não se aquieta nunca. É teimosa, insistente. Dor
de amputação. Perde-se de si o pedaço mais querido, mais íntimo; daí então o
sangue não para de correr nunca mais do buraco que ficou. Remexo nas
lembranças, procuro um fato ocorrido, meio parecido, que me fizesse aprender a
lidar com a dor, aprender a esquecer. Não encontro. Não sei lidar com ela, não
com esta dor. Vem-me então um trecho de
Clarice, em sua Paixão segundo G.H.: “... não sei o que fazer de ter vivido...
estou tão assustada que só poderei aceitar que me perdi se imaginar que alguém
me está dando a mão. Dar a mão a alguém sempre foi o que esperei da alegria.” Leio e releio tanto que me distraio, e fico a
cismar - quem me dará a mão?
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Um comentário:
Querida, te indico O Duque e Eu de Julia Quinn. Maravilhoso.
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