quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Oco



Por mais que eu finja, por mais que eu disfarce, a verdade é que fazes-me falta. É a coisa mais certa - e nem sei se secreta - esse buraco, esse oco que lógica não tem mas tem o teu nome. Fazes-me falta. Me lança no vácuo, imprecisa e disforme, a carregar o fardo da tua ausência. Fazes-me falta. Uma falta que amolda o meu dia cada vez que lembro teu nome. Em torno de tua ausência habito, numa fresta de espaço e tempo, sem ar, sem barulho, a me reinventar a cada dia pra fingir que ainda vivo. 

Dalva Nascimento


Fonte da Imagem: Google


Licença Creative Commons
Este trabalho foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em http://infinitoparticulardalva.blogspot.com.br/.

3 comentários:

Lilá(s) disse...

Um grande abraço...e beijinhos

Jussara Neves Rezende disse...

Dalva,
adorei descobrir esse seu espaço e já me tornei seguidora.
Uma das lindezas da escrita é constatar que outros conseguem colocar em palavras o que nos inunda. Como agora.
Estou seguindo vc, viu?
Abraço!

Sylvio Mário Bazote disse...

Depois de ler este lindo texto, fui procurar a definição de oco no dicionário.
Encontrei:
"adjetivo
Que não tem miolo.
Vão.
Escavacado."

Escavar o vazio pode se tornar uma tarefa infinita... melhor nos afastarmos dos buracos.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

...