Por mais que eu finja, por mais que eu disfarce, a verdade é que fazes-me falta. É a coisa mais certa - e nem sei se secreta - esse buraco, esse oco que lógica não tem mas tem o teu nome. Fazes-me falta. Me lança no vácuo, imprecisa e disforme, a carregar o fardo da tua ausência. Fazes-me falta. Uma falta que amolda o meu dia cada vez que lembro teu nome. Em torno de tua ausência habito, numa fresta de espaço e tempo, sem ar, sem barulho, a me reinventar a cada dia pra fingir que ainda vivo.
Dalva Nascimento
Fonte da Imagem: Google
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Com base no trabalho disponível em http://infinitoparticulardalva.blogspot.com.br/.
3 comentários:
Um grande abraço...e beijinhos
Dalva,
adorei descobrir esse seu espaço e já me tornei seguidora.
Uma das lindezas da escrita é constatar que outros conseguem colocar em palavras o que nos inunda. Como agora.
Estou seguindo vc, viu?
Abraço!
Depois de ler este lindo texto, fui procurar a definição de oco no dicionário.
Encontrei:
"adjetivo
Que não tem miolo.
Vão.
Escavacado."
Escavar o vazio pode se tornar uma tarefa infinita... melhor nos afastarmos dos buracos.
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