sábado, 25 de janeiro de 2014

Tom e Bossa Nova



Se fosse vivo, hoje ele faria 87 anos. Deliciosamente brasileiro, maravilhosamente do mundo, Tom tem seu nome ligado a Bossa Nova. Não há como pensar no Tom sem pensar na Bossa Nova. Ele, junto com João Gilberto e Vinícius de Morais cantaram tão baixinho, tão docemente suas lindas canções... bossa nova!

E hoje, a saudade bateu. Deste tempo, destas músicas, que deixaram a nós, tantos – cariocas, paulistanos, gaúchos, cidadãos do mundo – tão tristes. Vivo, hoje, uma tristeza bossa nova – tristeza que fala baixinho, em poucas notas. Fico, de tanta saudade, reduzida ao mínimo essencial, economizando energia para me manter de pé.

Sim, Tom: tristeza, hoje, não tem fim. Caminhando pelas ruas da minha cidade, até o céu está doído, de tanto azul... Baixinho, você me pergunta: "de que serve a tarde?" De que servem os flamboyants vermelhos e amarelos, se minha alma está cinza? Quem disse que a tristeza não dói? Dói sim – uma dor que é real, física, dói no meio do peito, num lugar que parece oco. "Tristeza não tem fim..." Bem baixinho, também, a voz do poetinha nos dá a sentença final: que estou a sofrer "a eterna desventura da espera de viver ao lado teu por toda a minha vida." Nesta cidade, tão linda, tão colorida, vivo hoje um novo soneto – mais "um retrato em branco e preto, que teimo em colecionar."

Saudades, Tom, da Bossa Nova...

Dalva Nascimento

Desconheço a autoria da imagem

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Com base no trabalho disponível em http://infinitoparticulardalva.blogspot.com.br/.



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