quarta-feira, 7 de novembro de 2018




Hoje entendo que o amor e a razão não andam de mãos dadas. Ama-se porque se ama, pelo cheiro, pelo tom da voz, pela fragilidade e delicadeza do andar. O cheiro da pessoa que se ama é um bálsamo estimulante, quase uma droga que mexe com o cérebro e com o corpo. No momento em que isso acontece, memórias e sensações fundem-se e o cheiro passará a estar sempre ligado à sua imagem.

O verdadeiro amor nasce daquilo que é captado pelos nossos sentidos, acontece por magia, por magnetismo, por química, por conseguir ver o coração através do olhar, acontece no toque, no abraço sentido, na genuinidade de pequenos gestos e dos pormenores.

Ama-se pela audição, pelo mistério, pela paz que o seu ser nos transmite, ou pelo tormento que nos causa. Ama-se pela sua maneira de sorrir, que nos deixa imobilizados, ama-se ainda pelo tato, pelo simples toque das mãos, pela arritmia que causa no coração. Amar não requer conhecimento prévio, ama-se justamente pelo que o amor tem de indefinível, que nos chega através dos cinco sentidos e nos arrebata.

Filipe Sá Carneiro


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