Sentados no sofá da sala, bastava ela pensar em uma frase e ele imediatamente a transpunha para o papel. Em silêncio, escreveram romances. Como a vida teima em não fazer sentido, a bicicleta dela foi atropelada por um coletivo numa tarde de domingo. Vivendo só, ele continuou a publicar os livros. Curioso, perguntei como fez para substituir a perda da parceira. Em um sorriso triste, daqueles que remetem a uma felicidade incompleta, confidenciou que sonhava com ela em verso e prosa. Todas as noites.
Leonardo Sakamoto
Crédito da imagem: Roberta Coni
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