sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Parabólica de maluco

 

Estou doente. Vou morrer. Digo isso todos os dias: de Amor e Apoplexia. Ah, e de Leishmaniose. Porque acho bonito dizer APOPLEXIA E LEISHMANIOSE
Mas estou doente, de fato. A imunidade esfregando a minha cara no azulejo do banheiro. Tomo vários remédios, vários, porque gosto de farmácias e de medicamentos. Feito balinha de alcaçuz.
Sou a sonsa com bom senso
Antena da praça
Parabólica de maluco
Artista endividada até os ossos (já devo uns 30 mil no Itaú,
cheirei 2 terrenos em menos de um ano e por aí vai)
Absolutelly blind e salta pocinhas
Sempre rindo porque já chorei tanto que acabei desidratada; o sofrimento cansa, é chato, incomoda, a gente fica inconveniente, carente crônico, um porre! Ninguém gosta.
Minha boca está seca, hoje estou muito incoerente. Não sei como termino esse texto.
Acho que quero livrar alguém do castelinho de ilusões, floresta de espelhos.
Acordar Alices.

Daqui vou direto pra internação.

Ana Farrah Baunilha



Crédito da imagem: ilustração de Leonor Fini




Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

...