Não era falta de atenção. Não! Era falta de abstração!
Bem sei que a tendência, quando se perde algo é a de olhar para o chão. No caso, um pouco de azul excluiria de imediato essa possibilidade absurda. Era para o ar, para cima, em direção ao céu que ele deveria olhar. Como se procurasse uma janela alta, um papagaio de papel, um salto de golfinho. Nunca para o chão, onde caem moedas e rolam para lugares onde ninguém vai. Onde quase ninguém vai.
Onde quase nada se recupera.
Faltava-lhe muito azul. Azul e abstração.
Marta
Arte de Michael Morgenstern
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