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A operação de guerra de Israel contra a Faixa de Gaza realimenta a espiral de violência no Oriente Médio. São centenas de mortos e feridos palestinos, muitos
não-combatentes, atingidos por armamento de última geração. A resposta do Hamás,
com mísseis artesanais, matou e feriu israelenses, causando pequenos danos materiais.Desde a retirada de Israel da Faixa de Gaza, em 2005, a área vem sendo submetida a uma asfixia quase permanente. Israel controla as fronteiras terrestre, marítima e aérea. Os palestinos dependem integralmente do fornecimento de água, eletricidade e combustíveis israelenses (que determinam, também, os custos destes insumos). A
movimentação de pessoas e mercadorias é severamente restringida, afetando
duramente a economia local.O resultado é o crescimento da pobreza, do desemprego, da desesperança, da radicalização. Gaza é um dos lugares com maior densidade populacional do planeta, tornando impossível um bombardeio “cirúrgico”, ou seja, que atinja apenas alvos
militares.Até recentemente, vigorou um cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamás (prova de
que existe uma interlocução possível, desde que haja vontade política). Seu fim trouxe de volta os mísseis Qassam sobre o sul de Israel.
Todos os países têm o direito e a obrigação de defender seus cidadãos. A pergunta
que se faz é: a destruição maciça de vidas e bens palestinos protegerá os cidadãos de Israel? A História mostra que não.O apoio ao Hamas só tem aumentado com as ações militares israelenses.Cada vez que um prédio, uma rua, um carro, é bombardeado em Gaza, a popularidade dos setores mais intransigentes do grupo se reforça. É uma ilusão perigosa imaginar que, quanto mais se espancarem os palestinos, mais dóceis eles ficarão.
Conforme destacou o historiador Tom Segev, jamais uma operação militar terminou em progresso na direção da paz com os palestinos. Por trás de tudo, uma equação sinistra: mais descrédito para o diálogo é igual a mais oxigênio para as bombas.
Na presente situação, defendemos as mesmas posições tornadas públicas inúmeras vezes:* Não há solução militar para os conflitos entre israelenses e palestinos!
*O terrorismo de grupos ou estados é igualmente execrável. As leis internacionais
condenam com clareza ataques contra alvos civis.*A criação de um Estado palestino laico e democrático, com fronteiras internacionalmente reconhecidas e com todos os direitos e deveres dos Estados modernos, que viva em paz ao lado de Israel, é o caminho possível para dissolver as tensões no Oriente Médio.
O momento exige um imediato cessar-fogo em Gaza, o fim do lançamento de
mísseis, o reinício emergencial da ajuda humanitária para os palestinos e a
construção de mecanismos multilaterais de negociação.
Sem isso, a iniciativa continuará com os que apostam tudo na força das armas.Diretoria da ASA - Associação Scholem Aleichem de Cultura e Recreação.
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