quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Tênue esperança

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Uma notícia nos jornais de ontem nos deixava com uma tênue esperança do cessar fogo em Gaza, já que o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou na noite de quinta-feira (15/01) uma resolução que pedia um cessar-fogo imediato nas hostilidades em Gaza, seguido por uma retirada das forças israelenses da região.
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Mas essas Forças voltaram a atacar a ONU na Faixa de Gaza, neste sábado, matando dois meninos palestinos e outras cinco pessoas que estavam refugiadas num colégio da agência. Quatorze pessoas ficaram feridas no ataque em uma escola da entidade em Beit Lahiya, após fugirem de suas casas por causa da ofensiva. O prédio atingido abrigava 1.600 pessoas no momento do bombardeio.
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A ação das Forças israelenses ocorreu no mesmo dia em que há grande expectativa de Israel declarar de cessar-fogo unilateral.
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Vários são o movimentos pelo mundo inteiro pedindo esse cessar fogo imediato, além da Onu e da U. E.
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Na 5ª feira passada, ao participar das Tertúlias Virtuais, (uma central de relacionamento da Blogosfera que promove todo dia 15 de cada mês um blogagem coletiva sobre um tema pré-determinado) tomei conhecimento, através de um dos blogueiros participantes (Milton Ribeiro), de uma Declaração de uma Associação judaica no Rio de Janeiro, a Associação Scholem Aleichem do Rio de Janeiro, visando conscientizar as pessoas sobre o massacre de Gaza, repudiando a intervenção militar na Faixa de Gaza e pedindo um cessar-fogo imediato. Por julgar importante juntar cada voz que clame pela PAZ às nossas vozes, transcrevo abaixo, o texto desta Declaração:
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A operação de guerra de Israel contra a Faixa de Gaza realimenta a espiral de violência no Oriente Médio. São centenas de mortos e feridos palestinos, muitos
não-combatentes, atingidos por armamento de última geração. A resposta do Hamás,
com mísseis artesanais, matou e feriu israelenses, causando pequenos danos materiais.

Desde a retirada de Israel da Faixa de Gaza, em 2005, a área vem sendo submetida a uma asfixia quase permanente. Israel controla as fronteiras terrestre, marítima e aérea. Os palestinos dependem integralmente do fornecimento de água, eletricidade e combustíveis israelenses (que determinam, também, os custos destes insumos). A
movimentação de pessoas e mercadorias é severamente restringida, afetando
duramente a economia local.

O resultado é o crescimento da pobreza, do desemprego, da desesperança, da radicalização. Gaza é um dos lugares com maior densidade populacional do planeta, tornando impossível um bombardeio “cirúrgico”, ou seja, que atinja apenas alvos
militares.

Até recentemente, vigorou um cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamás (prova de
que existe uma interlocução possível, desde que haja vontade política). Seu fim trouxe de volta os mísseis Qassam sobre o sul de Israel.
Todos os países têm o direito e a obrigação de defender seus cidadãos. A pergunta
que se faz é: a destruição maciça de vidas e bens palestinos protegerá os cidadãos de Israel? A História mostra que não.

O apoio ao Hamas só tem aumentado com as ações militares israelenses.Cada vez que um prédio, uma rua, um carro, é bombardeado em Gaza, a popularidade dos setores mais intransigentes do grupo se reforça. É uma ilusão perigosa imaginar que, quanto mais se espancarem os palestinos, mais dóceis eles ficarão.

Conforme destacou o historiador Tom Segev, jamais uma operação militar terminou em progresso na direção da paz com os palestinos. Por trás de tudo, uma equação sinistra: mais descrédito para o diálogo é igual a mais oxigênio para as bombas.
Na presente situação, defendemos as mesmas posições tornadas públicas inúmeras vezes:

* Não há solução militar para os conflitos entre israelenses e palestinos!

*O terrorismo de grupos ou estados é igualmente execrável. As leis internacionais
condenam com clareza ataques contra alvos civis.

*A criação de um Estado palestino laico e democrático, com fronteiras internacionalmente reconhecidas e com todos os direitos e deveres dos Estados modernos, que viva em paz ao lado de Israel, é o caminho possível para dissolver as tensões no Oriente Médio.

O momento exige um imediato cessar-fogo em Gaza, o fim do lançamento de
mísseis, o reinício emergencial da ajuda humanitária para os palestinos e a
construção de mecanismos multilaterais de negociação.
Sem isso, a iniciativa continuará com os que apostam tudo na força das armas.

Diretoria da ASA - Associação Scholem Aleichem de Cultura e Recreação.

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