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"O que eu queria mesmo era um ombro amigo onde pudesse encostar a cabeça, uma mão passando na minha testa, uma outra mão perdida na minha.
O que eu queria era alguém que me recolhesse como um menino desorientado numa noite de tempestade, me colocasse numa cama quente e fofa, me desse chá de laranjeira e me contasse uma história.
Uma história longa sobre um menino só e triste que achou, uma vez, durante uma noite de tempestade, alguém que cuidasse dele."
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Caio Fernando Abreu
Caio Fernando Abreu
Limite Branco
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10 comentários:
Oi Flor, passei em dois dos seus outros blogs, mas esse texto me trouxe lembranças de quando eu tinha uns dezoito anos e certa vez com pena levei um menino para dormir em minha casa, época de uma inocência ainda mais aflorada, meus pais ficaram preocupados, mas acolheram o garoto, ele devia ter uns sete...menino de rua..o que me rendeu uma longa conversa com meus pais...rs...mas valeu a pena, na hora não pensei em nada, só queria ajudar...ah...só não havia tempestade, só muito frio...Um abraço na alma...parabéns pelos outro poemas e pela escolha desse, pois me fez voltar no tempo...valeuuu...bom eriadoooo
Oi, Elcio, certamente vc e seus pais fizeram a diferença na vida daquele menino, ou pelo menos na noite daquele menino. Seria tão bom se pudessemos aproveitar a oportunidade que a vida nos apresenta de fazer a diferença prá alguém...
Beijos, boa semana prá ti!
Olá Flor
Blog interessante e simpático, parabéns!
Voltarei com mais tempo
Um abraço de,
Luís Portugal
Luis, ficarei imensamente feliz com tua visita, sempre!
Abraços cariocas!
BRINCANDO DE AFASTAR A SOLIDÃO
Luiz Gilberto de Barros
Às vezes eu me sinto tão sozinho...
...e fico questionando coisas tolas
chorando pela falta de carinho;
não choro quando alguém corta cebolas.
Se eu pudesse, multiplicaria
a imagem, as palavras, a presença
e a todos os irmãos visitaria,
amigos são bem mais que recompensa.
Às vezes eu sou como um passarinho
que canta preso... só por distração;
mas a tristeza dói...devagarzinho...
será que a gente é triste sem razão ?
Alguém me cobra ser um ser...humano,
mas o meu coração, por rebeldia,
despreza a reta, a régua, a conta, o plano;
poeta tem um vício: a poesia.
É tanta matemática, meu Deus !
Prefiro desenhar o meu navio
e navegar os mares meus... e teus...
Meu Deus, por que me sinto tão vazio ?
Às vezes, converso com minhas plantas...
coitadas, não têm culpa dos espinhos
que ferem quem as cuida... meu Deus, quantas
pessoas, como eu, são menininhos ?
Sou frágil, sou ingênuo... sou um homem
que vive escondido num poeta,
que brinca de sonhar... se os sonhos somem
a vida fica triste e incompleta.
Então, essa dorzinha que incomoda,
ocupa os espaços do meu peito
e o meu coração, se alguém me poda,
só fica amargurado e insatisfeito.
Penso que vou morrer... mas um anjinho
conforta o meu pobre coração,
tornando-me, de novo, um garotinho
que brinca de afastar a solidão.
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Perdoe-me, mas não sei fazer ainda comentários por open id, com links e nem postagem Aton... como você faz.
Quem não sente falta de um abraço?
Beijo.
Pergunta: Flor e Dalva são a mesma pessoa?
Oi, Cerikky.
Obrigada por postar este poema lindo do Luiz Gilberto de Barros. Já o tinha visto no blog e no Orkut.
Beijos, e uma excelente semana prá ti!
Ah... Dalva e Flor = duas faces de uma só alma!
"Dentro da gente há um outro que perseguimos durante toda a vida.
Penso que é importante a busca permanente de tudo o que está do outro lado do visível e do que chamamos de realidade."
Júlio Cortazar
Flor, este texto do Caio Fernando bateu fundo aqui no meu peito. E que foto sensacional!
Janaina, é mesmo um texto muito forte, que bate em nossa consciencia e nosso coração.
Beijos, e uma ótima quarta-feira prá ti!
Maravilhoso este textinho do CAIO!
Parabéns Flor
Bjs
G.J.
Oi,Gaspar!
É uma das características do Caio, escrever sempre tocando fundo em nosso coração. Tenho que me policar, senão todo dia posto algo dele!
Beijos e bom reinício de semana após todas estas festas carnavalescas!
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