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“A outra antepassada mais antiga ainda, avó da avó, naquela singular escada feminina que subia no tempo, casara-se aos treze anos com um marido de dezesseis. Essa história me deliciava, pois a avó repetia o final sempre do mesmo jeito:
- Ela era tão criança ainda, que quando terminava de cozinhar e limpar a casa ia brincar com suas bonecas.
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- E eu sou neta dela também?
- Neta não: tataraneta.
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O som era de algo muito remoto, os “tatatatata” perdendo-se num desmedido, mas de qualquer forma estava em mim também aquela esposa-criança com suas bonecas e seu marido-menino.”
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Lya Luft
in “Mar de Dentro”
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