segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Quanto custa?

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Dezembro pode, sem sombra de dúvidas, ser chamado de o "mês dos supérfluos". Longe de mim fazer oposição ao sistema capitalista, mas um pouco de reflexão nunca é demais. Afinal, comprar supérfluos de vez em quando não é crime. Uma festa, uma data especial, um aniversário de uma pessoa querida podem justificar a compra de algo supérfluo. Nestes casos, o supérfluo torna-se necessário, justamente para marcar a data. É preciso, no entanto, tomar o cuidado de não multiplicar as datas comemorativas a ponto de praticamente não haver mais dias “normais”. Sob o pretexto do “eu mereço”, muitas vezes nós nos concedemos compensações que acabam no... consumismo!
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Notem bem: consumo é diferente de consumismo. Consumismo é uma doença, uma compulsão para consumir. Essa compulsão pode atacar em vários graus, desde aquela compra ocasional em que se chega em casa com a sensação de que não precisava ter comprado aquele aquecedor de travesseiros que parecia ser tão útil quando você estava na loja, até o closet transbordando com 365 pares de sapato. Vejamos alguns sinais inequívocos de que o vírus do consumismo está instalado no seu organismo:
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1) Sempre que você vai comprar alguma coisa, em vez de sair do Shopping Center com apenas uma sacolinha na mão, você sai com várias sacolas;
2) Aquele relógio, ou aquela aparelhagem de som, ou mesmo aquele automóvel que você comprou no ano passado lhe parece insuportavelmente velho e ultrapassado, precisando urgentemente ser trocado;
3) Seu cartão de crédito vive sempre no vermelho;
4) Você fica arrasado, humilhado, e se sente o pior dos mortais, verdadeiramente rebaixado, quando seu vizinho, ou seu primo, ou seu colega de trabalho aparece com um objeto super moderno, super atual e super caro;
5) Os objetos de marca exercem um fascínio irresistível sobre você;
6) Ir às compras é o seu hobby predileto.
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Quem não gosta de fazer umas comprinhas, não é mesmo? Mas o consumismo desenfreado é uma doença terrível: já foi o causador de muitas brigas conjugais, e até de divórcios e separações. Destrói orçamentos, e pode até levar você à falência... Como fazer para não ser mais uma vítima desse mal?
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Primeiramente procure ter discernimento: procure distinguir o essencial do necessário, e o necessário do supérfluo.
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* Por exemplo: para matar a sede, precisamos de água. Água, portanto, é essencial.
* Se estiver gelada, a água mata a sede mais depressa. Portanto, água gelada é algo necessário.
* Agora, a Bling H2O, com uma garrafa decorada com cristais Swarovski, vendida em Londres por £40 o litro (ou R$ 141,10), definitivamente é supérfluo.
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Simples, não é? Sem o essencial não podemos viver; sem o necessário, vivemos com alguma dificuldade. Mas sem o supérfluo podemos viver! A vida do consumista está abarrotada de supérfluos.
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Pesquisando este tema, encontrei imagens de forte apelo visual, de uma campanha criada pela "Cordaid", com o objetivo de ajudar aos grupos mais vulneráveis da sociedade, particularmente adultos e crianças que enfrentam a discriminação ou exclusão social.
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A idéia, bastante simples mas com resultados marcantes, é relacionar o preço que se paga por produtos classificados como supérfluos, ou seja, que são considerados artigos de luxo, com o que se paga para dar o mínimo de dignidade aos povos necessitados da África. Colocando artigos de luxo nas mãos de pessoas mais desfavorecidas, cria um desconforto visível naqueles cujos objetos fazem parte da sua rotina. De resto as imagens falam por si...
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Apreciem:
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Óculos de sol: 24 euros – acesso à água: 8 euros.
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Loção após barba: 35 euros – itens básicos para moradia: 6,50 euros
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Tulipa de Chopp: 4,50 euros – 50 litros de água fresca: 1,50 euros
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Bolsa: 32 euros – alimentos por uma semana: 4,00 euros.
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O consumismo custa caro! Não só financeiramente, mas humanamente falando. Evitamos o consumismo com o objetivo de alcançar uma vida financeira mais saudável e, no final das contas, mais feliz. Porque, ser escravo do supérfluo, por mais doce que pareça, nada mais é do que uma falta de liberdade, que acaba por tornar o ser humano infeliz.
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8 comentários:

chica disse...

Maravilha de mensagem....Eu não sou consumista, apenas compro o básico que precisamos. E essa mensagem é uma alerta!beijos,tudo de bom nessa semana de Natal.chica

Blog Dri Viaro disse...

Que seu Natal seja repleto das bençãos de Deus.
beijos

Letícia Alves disse...

Bela mensagem, é necessário refletirmos todos os dias.
Ótimo Natal pra você!
Beijos Tempestuosos!

lis disse...

Oi,Dalva
Muito bom e completo o texto sobre a euforia que toma conta principalmente nessas ocasioes festivas e só se consome, consome.
Nunca alimentei a ideía do consumismo ,bem como voce diz , até que vez ou outra um supérfluo é bom pra levantar o astral, presenteando a si mesma ou os amigos.E, basta.
Vim também trazer os votos de um feliz Natal , com alegria , saúde e muita paz.
meus abraços

Lilá(s) disse...

Fabulosa esta reflexão! fundamental por vezes parar e pensar...
Bjs

Unknown disse...

As fotos são lindas!
um Feliz Natal e um ano novo cheio de sucesso e saúde para você!
um abraço.

Mírian Mondon disse...

Dalva,
Parabens pela reportagem antenadissima e necessaria.
Já é mais do que hora de refletirmos sobreo Essencial!!!
Muito bom!

Passando para desejar um feliz
2010!

Aproveito para deixar o novo endereço virtual do Café:

http://cafe-pontocom.blogspot.com/

beijos

Jr Vilanova disse...

Caramba, Dalva... classificaria o post de hoje como imperdível!

Ainda mais nessa época do ano, hein! Confesso que as vezes preciso controlar certos ímpetos consumistas... já fui bastante, hoje já sei administrar as finanças direitinho!

As fotos são simplesmente maravilhosas! Só uma pessoa com a sua sensatez para disponibilizar tamanha reflexão!

Beijos,
Jr.

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