sexta-feira, 25 de março de 2011

Beija eu


O beijo é um capítulo muito especial na história da humanidade.


Aprende-se a beijar desde que se vem ao mundo... e muitos psiquiatras e pscicanalistas se preocupam em entender e explicar a evolução do beijo...

De um movimento labial que originalmente estava voltado à nutrição e a sobrevivência (sugar o peito da mãe) até o mais puro desfrute do prazer.


Beija-se por costume, por educação, por respeito ou por pura formalidade. Depende da cultura, e do que se quer expressar com o beijo.

A mais antiga representação que se tem de um beijo são as esculturas e murais do templo de Khajuraho, na Índia, datadas do ano 2500 a.C.

No Kama Sutra indiano, publicado no século IV da era cristã existe um capítulo inteiro dedicado ao beijo. Lá se aprende que “não há duração fixa ou ordem entre o abraço e o beijo, o aperto e as marcas feitas com as unhas e os dedos”, já que “o amor não cuida do tempo ou da ordem.”

Ainda segundo o Kama Sutra, o beijo pode ser moderado, contraído, pressionado ou suave. Direto, inclinado, voltado ou apertado. E não esqueça do fator reciprocidade: "Seja o que for que um amante faça ao outro, este deve retribuir; isto é, se a mulher o beijar, deve beijá-la...


Na Grécia antiga, o beijo era um elemento diferenciador... os membros das classes inferiores beijavam os da classe superior no peito, nas mãos ou nos joelhos, de acordo com o seu status. Já os mendigos se limitavam a beijar os pés, enquanto os escravos só podiam beijar o chão pisado por seus senhores.

Heródito, historiador do séc. V a. C. relatou sobre o beijo entre os persas e árabes:
"Quando pertencem ao mesmo nível social, as pessoas beijam-se na boca. O beijo no rosto é usado se existe uma pequena diferença entre elas".

Mas sempre houve preconceitos...

Plutarco, historiador grego, conta sobre os costumes na Grécia e em Roma: Catão, o Censor (234 a.C.-149 a.C.), cassou o mandato do senador Pretorius Mamillus, porque foi visto beijando a mulher em público. Mas em particular os romanos nada tinham contra o beijo. O latim até registra três palavras para defini-lo: osculum é o beijo amistoso, nas faces; basium, o beijo apaixonado na boca; e suavium, o beijo amoroso com ternura.

O tradicional beijo no rosto está ligado a sobrevivência. Nos primórdios da raça humana, o olfato era essencial. Cheirava0se uns aos outros para saber se pertenciam a tribos inimigas. Sabe-se que cada grupo tinha um cheiro próprio, característico: o cheiro da tribo. Portanto, o beijo no rosto não nasceu como uma manifestação de carinho, mas como mecanismo de defesa.

Um provérbio sudanês adverte: "Jamais beijes quem seja capaz de te devorar".


O povo esquimó resolveu o problema facilmente: esfregam as pontas de seus narizes e mantem os olhos abertos, vigiando tudo a sua volta... da mesma forma que os mongóis.

Outros povos jamais se beijam, a saber, certas tribos africanas e os antigos japoneses.


Numa exibição de arte em Tóquio, a escultura “O Beijo”, de Rodin, foi colocada atrás de um biombo.
Um visitante se queixou, mas obteve das autoridades a seguinte explicação: “O beijo é um detestável hábito europeu que nós, aqui, desejamos que não se cultive de maneira alguma".

Certas tribos africanas consideram o beijo muito perigoso. Não beijam porque tentam proteger a sua alma. A boca é representa alegoricamente o sopro e o alento da vida: um beijo pode muito bem roubar a sua alma...

Um beijo pode ser símbolo de vida: Deus soprou o alento da vida a Adão pela boca. Nos contos de fada, o príncipe beija a Bela Adormecida e lhe devolve a vida.


Mas também pode simbolizar a morte. Símbolo mais famoso de traição aconteceu entre Judas e Jesus. Segundo os costumes da Máfia italiana, um traidor era marcado com um beijo ritual na boca, indicando que estava marcado para a execução, aprovada pelo Chefão.


O beija-mão foi instituído na França de Luiz XIV (sec. XVII). No começo os homens inclinavam-se para beijar as mãos das damas... coisa que foi tremendamente odiada pelos altos funcionários e nobres da corte francesa, que achavam humilhante o homem fazer uma reverência diante de seres considerados inferiores.

Mas foi o cinema que imortalizou o beijo. Numa pequena sala de projeções em Los Angeles, diante do olhar aparvalhado de 73 espectadores, May Irwim e John Rice beijaram-se durante quatro longos segundos. Foi explosivo! Associações femininas de defesa da moral e bons costumes propuseram um boicote ao filme; a imprensa censurou o que chamou de “moral de taverna”. Mas o mundo mudava. Em 1926, no filme Dom Juan, John Barrymore dá 191 beijos em diversas atrizes.


Não importa o tempo que dure: apenas um segundo e eles podem perpetuar-se para sempre na lembrança. Suaves ou apaixonados, quentes, molhados, doces, eróticos: uma troca de impressões sensoriais que vitalizam o corpo e a mente. E o melhor de tudo: pode-se repetir quantas vezes quiser.




5 comentários:

Laricia disse...

Ai... ai... fim de semana então vou beijar muiiiiiiiito!
Rsrs...

Beijinhos!

Flavio Ribeiro disse...

Verdade. E tem alguns que a gente não esquece.

Bom fim de semana.

Helio Penna disse...

Dalva, não sei como algumas pessoas podem pensar no beijo como simbolo de traição e morte. Ele é a imagem do amor, do carinho e da amizade.

Beijo, bom final de semana!

Del Rodrigues disse...

Oi Dalva, passei por aqui para conhecer o seu cantinho...realmente vejo que a Márcia tem a quem puxar em matéria de criatividade e bom gosto!Quando vi a caixinha feita por ela adorei e resolvi publicar no blog. Muito legal vc ter visitado e prestigiado o nosso bloguinho ...
Gostei do post...tanto beijo que me deu vontade de dar alguns no meu maridão!
Parabéns pela filha !!Obrigada pela visitinha, apareça mais vezes! Beijocas... Paz e Luz!

Tucha disse...

Beijar é uma delicia...

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