É, abril chegou e já quase se despede. Mas os dias ainda estão muito quentes (consolo: as noites são mais frescas). Hoje teve de tudo um pouco. Sol logo cedo, céu azul, calor. Perto da hora do almoço uma chuvinha suave, parecia que ia refrescar; caiu, a água fez poças – mas que nada: veio de novo o sol, e o calor também.
Mesmo assim a cidade já tem cara nova. Tem magia no ar – este ar que, apesar de quente, tem um brilho diferente. Se repararmos bem, algumas praças já apresentam aquele tapete amarelo-avermelhado espalhando-se aos nossos pés. Acho que se o Céu tiver uma porta, o tapete de boas-vindas vai ser assim, de folhas alaranjadas, amarelas e vermelhas.
O vento sopra diferente cantando novas músicas, tirando as folhas para dançar... e as árvores que ficam nuas parecem chorar.
A tarde hoje foi de Clarice (ela, a Lispector), enternecida que me deixou com a gentileza das folhas a caírem. Vinha uma folha embalada pelo vento, caindo da árvore – insistente, permanecia no ar, se negando a cair ao chão – leve esperança que resta antes da dura e úmida calçada.
Em cada vento, em cada folha, em cada cor – é o outono introspecção e reflexão.
Dalva Nascimento
Crédito da Imagem: Google
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Com base no trabalho disponível em http://infinitoparticulardalva.blogspot.com.br/.
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