Trago um texto delicioso, com jeitinho de roça, de interior - e de delicadeza. De um autor que admiro. Peço licença ao autor pelo título meramente ilustrativo que dou à sua prosa poética.
Espero que gostem.
Uma barulhada lá fora entrando por frestas das janelas, fui ver. Era o sol, um monte de sol, uma montoeira. Tanto em rumas como espalhado: finas camadas.É um tipo de oceano, com ondas que vão e vêm, espumoso nas bordas. Brilhoso nos pelos dos gatos.Pra todo lado, na pele verde dos pinheiros, galopando sobre pastos, ruas, inventador de sombras.Tinha sol voando e sol cabisbaixo, parado e semovente, uma coisa.E azulado de tudo, no alto claro. Tinha até sol alaranjado nos caquis.Ensurdecedor. Por isso levantei-me presto, mergulhei no seu calor, Eu estava líquido de sono, me solidifiquei.Bom dia.
José Antonio Abreu de Oliveira
Crédito da imagem: Pinterest
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