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Mário Quintana
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“A minha vida foi um romance”, diziam, depois de uma pausa e um suspiro, aquelas velhinhas que apareciam antigamente nos lares a vender rendas e bordados.
.“A minha vida foi um romance”, diziam, depois de uma pausa e um suspiro, aquelas velhinhas que apareciam antigamente nos lares a vender rendas e bordados.
Não sei por que os de casa desconversam. Por sinal que anos depois escrevi, para as consolar postumamente, um poema que começava assim:
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“Minha vida não foi um romance”
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Não, a vida nunca é um romance: falta-lhe o senso da composição, o crescendo que leva ao clímax. Tudo acontece tão sem lógica e sem preparo que os seus golpes nos deixam atônitos mas de olhos secos, como se fossemos heróis, nós que enxugamos furtivamente os olhos no escuro das salas dos cinemas – só porque o diretor do dramalhão soube desenrolar devidamente o filme.
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Mario Quintana
Mario Quintana
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2 comentários:
Só Quintana para escrever assim, não é, Dalva? Ótimo final de semana pra você, e um beijo!
Janaína,
Quintana nos emudece com sua simplicidade!
Beijos e obrigada pela gentileza do comentário!
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