Sempre gostei de papel e caneta. As palavras nunca foram o meu forte, pelo menos as faladas. Sou perita na arte de falar o que não devo, ou de não saber o que devo dizer. Por isso lápis e papel sempre foram uma forma de me expressar mais segura... Daí foram surgindo alguns textos. Este foi um dos primeiros que postei. É de maio de 2013:
Tem dor que não se aquieta nunca. É teimosa, insistente. Dor
de amputação. Perde-se de si o pedaço mais querido, mais íntimo; daí então o
sangue não para de correr nunca mais do buraco que ficou. Remexo nas
lembranças, procuro um fato ocorrido, meio parecido, que me fizesse aprender a
lidar com a dor, aprender a esquecer. Não encontro. Não sei lidar com ela, não
com esta dor. Vem-me então um trecho de
Clarice, em sua Paixão segundo G.H.: “... não sei o que fazer de ter vivido...
estou tão assustada que só poderei aceitar que me perdi se imaginar que alguém
me está dando a mão. Dar a mão a alguém sempre foi o que esperei da alegria.” Leio e releio tanto que me distraio, e fico a
cismar - quem me dará a mão?
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4 comentários:
Oi, Dalva!
Não sabia que era tímida! :)
Dar-se as mãos, tanto melhor. Esse buraco na alma nunca será preenchido por qualquer pessoa, mesmo que usemos de uma ilusão que somente alimenta esperanças. Como dizem: Nascemos sós e morreremos sós.
Beijus,
Bonito
Triste
Verdadeiro
Parabéns!
Por escrever o texto e pela coragem em mostrá-lo.
Querida Dalva
Encontrei seu Blog por acaso e me apaixonei! Quanta sensibilidade vc tem! O texto sobre a perda do seu marido foi como um bálsamo no coração da esposa do meu primo. Ele faleceu há 3 mese, aos 33 anos, subitamente.
Nunca deixe de escrever! Parabéns! Bjs
Querido (a) amigo (a) visitante anonimo (a)... grata por suas palavras. Seja sempre bem-vindo(a) aqui.
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