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"O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita...
O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome. O amor comeu minhas roupas, meus lenços e minhas camisas...
O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos. O amor comeu minha paz e minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verão.
Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte."
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João Cabral de Melo Neto
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"O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita...
O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome. O amor comeu minhas roupas, meus lenços e minhas camisas...
O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos. O amor comeu minha paz e minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verão.
Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte."
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João Cabral de Melo Neto
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4 comentários:
Há um selo para você no meu blog. Se estiver interessada, é só pegar lá.
;)
O amor parece um tanto faminto...
:) Falta-lhe o alimento!
muito bom teu blog, gostei daqui.
Maurizio
Karin,
Que bom ter você por aqui... já peguei o selinho, querida. Obrigada pela lembrança!
Mel,
De que se alimenta o amor? De toda nossa essencia... de tudo o que somos!
Meu amigo dos "Meus instantes, meus momentos"
Venha sempre, esse espaço é nosso!
Beijos!
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